A polícia prendeu uma quadrilha que criava contribuinte falso para ganhar dinheiro da Previdência de verdade
As câmeras de segurança mostram a ação dos golpistas. Em uma agência do INSS em Campinas, interior de São Paulo, uma mulher dá entrada num pedido de pensão por morte, mas a funcionária descobre que os documentos são falsos e não concede o benefício.
A gravação, feita em março deste ano, foi o ponto de partida das investigações da Polícia Federal. O que parecia um caso isolado se revelou um esquema de fraude da Previdência espalhado pelo país. Os policiais identificaram 12 golpistas atuando em nove estados e no Distrito Federal.
Doze fraudadores foram presos nesta terça-feira (17), entre eles a mulher que aparece
Com eles, os golpistas criavam contribuintes fictícios. Pagavam duas ou três contribuições ao INSS. Em seguida, apresentavam atestado de óbito falso e passavam a receber pensão.
"Eles poderiam sacar o benefício em qualquer agência espalhada pelo território nacional. Eles matavam um fantasma e geravam um benefício para outro fantasma", afirma o Delegado da PF, Wagner Santana da Veiga.
A Previdência identificou 60 processos falsos que garantiam à quadrilha uma renda mensal de R$ 70 mil desde o início do ano passado. "Eu acho que todo o serviço público brasileiro precisa investir em interligação de banco de dados para que cada vez mais a gente tenha segurança na checagem da documentação apresentada", afirma a superintendente da Previdência Social, Elisete Berchiol da Silva.
Além de burlar a Previdência, os golpistas usavam as identidades falsas para tomar dinheiro emprestado. Em oito meses, a polícia calcula que eles tenham obtido R$ 500 mil em operações de crédito consignado.
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